Sentou-se no banco de um shopping cruzou as pernas. Pegou o caderno e tentou começar a escrever. Não sabia nem sobre o que queria escrever, apenas sentia vontade de fazê-lo.
Olhou para os lados, pensou, olhou para frente, pensou. Nada lhe vinha a mente. De fato, havia muitos pensamentos, mas nenhuma lhe satisfazia.Muitas pessoas passavam. Tentou escrever sobre elas:
“Era um vai-e-vem de pernas. Umas vestidas, outras, desnudas...”
Ficou uns minutos sem mover a caneta. Em seguida, rabiscou o trexo que escrevera. E voltou a olhar em volta.
Escavou suas lembranças em busca de uma boa historia. Só se recordava das mais sem graças:
“ Chovia, em seguida, faltou luz...”
Suspirou desejando escrever como alguns de seus amigos. Recitou os versos que mais admirava. Viajou através dos mundos lidos. Viu-se nos mais lindos cenários escritos.
Abaixou a cabeça, analisou o papel com linhas rasuradas. Decidiu escrever sobre a dificuldade de escrever:
“Não consigo escrever, apesar da minha enorme vontade...”
Desistiu. Era um assunto pouco interessante. Recordou da histórias que lera. Analisou-as e percebeu que deveria escrever sobre algo que gostasse. Pensou em seus amigos. Porém, não. Não seria uma boa idéia expô-los em seus textos. Certas linhas poderiam não agradar ou até agradar demais. Pensou em comida, em computadores, em diversas outras coisas que adorava.
Levantou a cabeça, fixou o olhar no teto. Escreveu uma palavra, duas, três. Era sua música preferida. Parou, contornou a estrofe. Ela não queria copiar, queria criar.
Enquanto não surgia uma boa idéia, resolveu escrever sobre o que havia se passado desde quando chegou onde estava:
“Sentou-se no banco de um shopping...